Análise Crítica do 2º Episódio da Websérie Murder
Por Marcelo Di Bonifacio Filho
Nesse segundo episódio da Websérie "Murder", podemos ver melhor a base do roteiro escrito por João Vitor Zanato: o zelo pelo mistério do assassinato de John Medeiros. Esse capítulo da história foi direcionado para deixar ainda mais o público com dúvidas e perguntas a serem respondidas. As atuações, edição e direção ajudaram a passar isso, principalmente o primeiro quesito.
Falando nas atuações, cabe a mim destacar alguns aspectos que ajudaram no desenvolvimento da trama: o filho de John, interpretado por Nicolas Novaes, passa um aspecto meio de despreocupação em seu depoimento em relação a morte do pai, tal comportamento até que justificado, em parte, no próximo episódio. Ele mal consegue dizer quem ele mais suspeita, dando quase que um tiro no pé; a empregada Lauren, interpretada por Bruna Pereira, quase que descartou a possibilidade de ser a assassina, pelo menos ao meu ver, passando um ar meio de "barraqueira", impondo a voz ao dizer que não tinha matado ninguém e transmitindo uma certa honestidade. Boa sacada no roteiro; a mulher de John, Charlote, interpretada por Ana Elisa Lanzoni, teve uma maior participação no episódio comparando ao 1º. A atriz mostra segurança no papel e conhecimento emocional da personagem: atenta ao que está acontecendo a sua volta e preocupada com o que vinha ocorrendo com o marido e com o que ocorre posteriormente (o assassinato). Essas observações estão explícitas na primeira cena quando James diz sobre "a cena do crime" e ela contesta tal percepção precoce (apesar de ter tiros no peito de John, mas isso não vem ao caso) e quando ela diz que tentava manter contato com Tom, irmão de John, para que os dois mantivessem uma relação melhor e mais harmoniosa. Muito legal a maneira como a esposa é retratada, deixando de lado o clichê da mulher que dá o golpe do baú. As outras personagens não têm participações tão efetivas quanto as demais, pelo fato do foco do episódio, como já dito, é no depoimento dos presentes na casa no dia do assassinato. Tom Medeiros será interrogado no episódio 3, mostrando desconhecimento do ocorrido quando a ele relatado na última cena pelo detetive. Calma, claro que irei falar de James. O mordomo fiel a John. Deixei pro final pois gostei muito do que fora feito com o personagem, interpretado por Tiago Felipe. Tiago se mostra um ótimo ator no episódio. Suas expressões durante todo tempo indicaram espanto, medo e confusão por parte de James, que serão entendidas ainda melhor até o final da série. No seu depoimento, James está muito nervoso, não se explica direito sobre o que estava fazendo no momento do crime (diz que foi fechar a porta, mas ela estava aberta quando os detetives chegaram), comete uma precipitação quase se entregando ao perguntar a Charlote sobre a cena do crime, o que gera a desconfiança na mulher e também mostra o medo ao empurrar logo a culpa na companheira de trabalho, Lauren, pois ela brigara com o patrão antes do assassinato. Mesmo com tudo isso em mente, não conseguimos desvendar o mistério só com dois episódios.
Quanto a direção e edição irei juntar todas as observações num curto espaço, pois as técnicas utilizadas foram, inteligentemente, simples e breves para não ofuscar as atuações e a trama. Cortes rápidos, dinâmicos e precisos ajudaram na diagramação das cenas, assim como os enquadramentos quase todos fechados nos atores, para mostrar o espanto em cada em relação ao crime. Quase não vemos cenas abertas que pegam todo o cenário, com exceção do momento em que os detetives se despedem de Charlote e quando Tom Medeiros aparece abrindo o portão de sua casa. De resto, vemos planos sub-fechados ou fechados para aumentar o suspense da história com a exigência das atuações. Muito boa estratégia de João Vitor e Ricardo Vitaliano. A cena pré créditos no início foi ousada também no quesito da edição, misturando melancólicas trilha-sonora e cenas destorcidas, "dobradas" e confusas, propositalmente.
Bom, por enquanto é isso que temos para falar sobre o fim da metade de "Murder". A série, já inteira divulgada, ainda precisa ter mais espaço nas discussões do pessoal. Afinal, o fatídico "Quem matou John Medeiros?" vai ficar na boca do povo por um bom tempo.
Por Marcelo Di Bonifacio Filho
Nesse segundo episódio da Websérie "Murder", podemos ver melhor a base do roteiro escrito por João Vitor Zanato: o zelo pelo mistério do assassinato de John Medeiros. Esse capítulo da história foi direcionado para deixar ainda mais o público com dúvidas e perguntas a serem respondidas. As atuações, edição e direção ajudaram a passar isso, principalmente o primeiro quesito.
Falando nas atuações, cabe a mim destacar alguns aspectos que ajudaram no desenvolvimento da trama: o filho de John, interpretado por Nicolas Novaes, passa um aspecto meio de despreocupação em seu depoimento em relação a morte do pai, tal comportamento até que justificado, em parte, no próximo episódio. Ele mal consegue dizer quem ele mais suspeita, dando quase que um tiro no pé; a empregada Lauren, interpretada por Bruna Pereira, quase que descartou a possibilidade de ser a assassina, pelo menos ao meu ver, passando um ar meio de "barraqueira", impondo a voz ao dizer que não tinha matado ninguém e transmitindo uma certa honestidade. Boa sacada no roteiro; a mulher de John, Charlote, interpretada por Ana Elisa Lanzoni, teve uma maior participação no episódio comparando ao 1º. A atriz mostra segurança no papel e conhecimento emocional da personagem: atenta ao que está acontecendo a sua volta e preocupada com o que vinha ocorrendo com o marido e com o que ocorre posteriormente (o assassinato). Essas observações estão explícitas na primeira cena quando James diz sobre "a cena do crime" e ela contesta tal percepção precoce (apesar de ter tiros no peito de John, mas isso não vem ao caso) e quando ela diz que tentava manter contato com Tom, irmão de John, para que os dois mantivessem uma relação melhor e mais harmoniosa. Muito legal a maneira como a esposa é retratada, deixando de lado o clichê da mulher que dá o golpe do baú. As outras personagens não têm participações tão efetivas quanto as demais, pelo fato do foco do episódio, como já dito, é no depoimento dos presentes na casa no dia do assassinato. Tom Medeiros será interrogado no episódio 3, mostrando desconhecimento do ocorrido quando a ele relatado na última cena pelo detetive. Calma, claro que irei falar de James. O mordomo fiel a John. Deixei pro final pois gostei muito do que fora feito com o personagem, interpretado por Tiago Felipe. Tiago se mostra um ótimo ator no episódio. Suas expressões durante todo tempo indicaram espanto, medo e confusão por parte de James, que serão entendidas ainda melhor até o final da série. No seu depoimento, James está muito nervoso, não se explica direito sobre o que estava fazendo no momento do crime (diz que foi fechar a porta, mas ela estava aberta quando os detetives chegaram), comete uma precipitação quase se entregando ao perguntar a Charlote sobre a cena do crime, o que gera a desconfiança na mulher e também mostra o medo ao empurrar logo a culpa na companheira de trabalho, Lauren, pois ela brigara com o patrão antes do assassinato. Mesmo com tudo isso em mente, não conseguimos desvendar o mistério só com dois episódios.
Quanto a direção e edição irei juntar todas as observações num curto espaço, pois as técnicas utilizadas foram, inteligentemente, simples e breves para não ofuscar as atuações e a trama. Cortes rápidos, dinâmicos e precisos ajudaram na diagramação das cenas, assim como os enquadramentos quase todos fechados nos atores, para mostrar o espanto em cada em relação ao crime. Quase não vemos cenas abertas que pegam todo o cenário, com exceção do momento em que os detetives se despedem de Charlote e quando Tom Medeiros aparece abrindo o portão de sua casa. De resto, vemos planos sub-fechados ou fechados para aumentar o suspense da história com a exigência das atuações. Muito boa estratégia de João Vitor e Ricardo Vitaliano. A cena pré créditos no início foi ousada também no quesito da edição, misturando melancólicas trilha-sonora e cenas destorcidas, "dobradas" e confusas, propositalmente.
Bom, por enquanto é isso que temos para falar sobre o fim da metade de "Murder". A série, já inteira divulgada, ainda precisa ter mais espaço nas discussões do pessoal. Afinal, o fatídico "Quem matou John Medeiros?" vai ficar na boca do povo por um bom tempo.
Assista os 4 episódios da série abaixo: